- PICO DO CORCOVADO
Quando na manhã do dia 07/04/12 – Sábado de Páscoa – o relógio sinalizava indicando sete horas da matina, estávamos dando nossos primeiros passos em direção ao imponente e majestoso Pico do Corcovado, essa maravilhosa benção que a natureza reservou a todos nós. Logo no início da trilha já ouvimos o som emitido pelas corredeiras das águas permeadas por entre pedras, minutos depois nos deparamos com a bela cachoeira!!! Nossos olhos se encantaram com aquela água cristalina turbinando a corredeira, e usamos nossas mãos em forma de copo para saciar a sede e também encher o squeeze.
Seguindo a trilha, vamos passando por lugares onde a floresta é mais densa e mais escura, pela falta da luminosidade ocasionada pela união da copa das arvores. Nesse trecho podemos então observar os enormes jequitibás, as perobas, canelas, figueiras, araçaranas, cambucás, ingazeiros, dentre dezenas de outras. Sem contar que vamos ganhando de presente inúmeras imagens que são mais do que perfeitas, desenhadas e pintadas com a luz do sol, por entre as folhas e galhos em consonância com a tonalidade mais verde das folhas.
La se vão quase uma hora de caminhada, estamos à
aproximadamente 600 metros de altura, uma pequena parada é necessária para reabastecer o
estomago, tirar algumas fotos, agradecer pelo momento
ímpar, ouvir o canto dos pássaros...
Por falar em pássaros praticamente o tempo todo de nossa caminha, nossos
ouvidos são agraciados com suas mais variadas melodias. É o tangará
de set cores, o sai, os
periquitos, tiés, sem contar com os urubus com aqueles voos de dar inveja.
rsss.
Quanto aos contínuos movimentos de subida, nossa
panturrilha às vezes pede socorro
ou as vezes as pernas são curtas demais para alcançar os degraus, sendo que
a trilha toda praticamente é composta em linhas de aproximadamente 45 graus de declividade e daí por diante.
Para nos prestar socorro evitando um desgaste
maior, estão ali na margem da trilha árvores com DAP menores de 10 cm, ou raízes
escoras das quais podemos abraçar
e usar como alavanca. Ufa!
Não gostaria de falar em nenhuma nota triste ou lamentável, mas é ser necessário dar um alerta nesse sentido. Logo no
início da trilha nos deparamos com duas arvores
imensas caídas no chão, cortadas com machado, é possível que alguém tenha feito isso pelo simples
fato de ter o “prazer”
de velas caindo ao chão.
Outro alerta é que
praticamente na trilha toda, nos deparamos com cortes nas arvores realizadas com facas, algo lamentável,
tendo em vista que isso pode leva-las
à morte. Talvez alguns marinheiros de
primeira viagem fizeram isso pra
marcar território, digo marcar a
trilha. Se você deseja fazer essa trilha e é marinheiro de primeira viagem tendo medo de se perder é melhor não ir, e se
for contrate um guia com conhecimento
especifico do local, em último caso poderá levar “fitas amarelas” para demarcar seu território.
Em torno de duas horas e meia de caminhada, chegamos ao
topo da serra, local esse que fica um pouco abaixo
do pico. Por um período
estávamos no “meio”
das nuvens, com pequenas
partículas tornando o ar bastante úmido e dando um tom especial as teias de aranha. Por alguns instantes o sol
aparecia, por outros a nuvem o encobria, ficando
os dois nessa brincadeira de esconde-esconde e quem ganhava
com isso com certeza éramos nós.
Nessa parte mais alta em que nos encontrávamos tem em torno de mil metros de altitude,
produzindo um visual indescritível. E ali fazendo parte desse quadro, estão as bromélias, chuva de outro, lírio,
orquídea vermelha, espécie endêmica que
davam um show com a beleza de suas cores bem vivas e dançando com a força dos ventos. Depois de curtir toda
esplendorosa beleza e interagir com elas, num piscar
de olhos estamos
a mil cento e cinquenta
metros de altura,
no topo do PICO DO CORCOVADO.
Em tom de brincadeira, perguntamos para o relógio que
horas que era aquela. O mesmo no seu silencio
nos respondeu: são exatamente 10:15
da manhã. Foi mais um motivo para ficar grato e agradecer, por feito a trilha em 3h15min. Ass. Carlos Roberto
Paiva