Refletindo um pouco acerca daquilo que somos por
conta de tudo aquilo que nos é imposto pela sociedade, uma vez que as normas e regras
são a todo tempo lançadas idealizando aquilo que as pessoas sejam,
percebemos que por muitas vezes infelizmente parece que vamos vivendo dentro desse “quadrado” invisível,
mas que continuamente nos é imposto,
seja pela sociedade como um todo ou grupos menores, como família, amigos, etc. Diante disso nos parece que há um intervalo,
uma distancia, um caminho cada vez maior
entre aquilo que somos (ou queremos ser) e aquilo que mostramos as pessoas e ao
mundo. Talvez não estejamos mais passando por aquela crise de identidade da adolescência, mas é algo
talvez maior que poderíamos chamar de: “mascaras da vida”. De fato não é fácil ser aquilo que sou desta
forma muitos preferem viver ou expressar aquilo que não é. Aquela história da
pessoa que sempre gostou do verde, mas vive usando o amarelo só pra não
desentoar e agradar a “vizinhança”. Entendam que estou falando sobre o processo
de nossa personalidade e não de brutalidade. Se você não consegue dialogar e
sempre age com selvageria alegando que faz parte da sua personalidade. Digo-te uma
coisa, cadeia pra você cabeçudinho. Todos nós, em maior ou menor grau, somos
diferentes conforme a pessoa com quem estamos, mas até que ponto é que nos
traímos na necessidade de nos protegermos dos outros? Infelizmente parece que os
outros são nossa base de postura, o desenho deles quase sempre parece ser
melhor que o nosso, e assim vamos nos escondendo dentro de nós ou por medo,
por defesa, por integração e assim por diante. Por vezes achamos que a outra pessoa não
aguenta o peso da nossa personalidade ou do nosso “doce jeito de ser” misturados com
todos os nossos defeitos (que não são poucos, hahaha) . Penso que talvez esse
processo seja uma arma para melhorar a
aceitação do outro. Eu preciso que me aceitem para que eu possa me sentir bem, assim
deixo de ser eu, deixo meus gostos, meus
desejos, minhas vontades, meu prazer... Então, e se fosse ao contrário? Se
disséssemos e fizéssemos tudo o que queríamos, se fôssemos permanentemente
iguais a nós próprios, teríamos mais liberdade? Será? Talvez não: as pessoas muito rígidas, que se
comportam da mesma maneira com toda a gente, essas são as mais aflitas,
angustiadas, atormentadas. Pra falar a verdade, um “pé no saco” que ninguém aguenta! Se gabam de ‘dizer tudo’ e nunca dizem tudo. O
que estão a dizer é que têm consciência de que são despropositadas muitas
vezes. Porque depois, quando lhes é conveniente, bem que elas se escondem também
dentro de suas próprias mascaras. É normal
querer agradar aos outros. O problema só acontece quando agradar aos outros
implica sacrificar os nossos sentimentos mais profundos, deixando com isso de
sermos nóix mesmos... Carlos Roberto
Paiva